quarta-feira, 8 de abril de 2009

O conto da Cachoeira.

Tão logo pudesse ver o mar la de cima me vinha desejo de voar. Sabia que não poderia cometer tal ato, mas algo parecia querer se desprender. De certo aquele não  seria meu lugar, já que havendo tanto sofrimento no coração não teria mais para onde fugir. Ela gritava meu nome desesperadamente mesmo não sabendo se me queria ali com ela; eram as dúvidas da crise. Mas parecia que aquela voz me prendia ao chão novamente, voz tão peculiar que ousei em me virar. Lá estava ela, linda, toda de branco, estendendo seu braço e dizendo para ir com ela naquela trilha. Talvez não tinha mais pra onde seguir, então fui. O engraçado de tudo era que não enxergara seu rosco coberto pelo véu, mas sentia seu coração e a proximidade que tínhamos. Seguimos calados por aquela trilha até chegarmos em uma clareira onde havia um lindo poço de água cristalina e uma bela cachoeira. Não me conti em tamanha alegria, e convidei a misteriosa moça a ir comigo. Foi quando ela levantou seu véu e pude ver sua beleza. Meu coração batia de uma forma mágica, sabia que havia encontrado a pessoa que sempre esperei. Ela olhou-me no fundo dos olhos, me beijou e disse - Não tenha medo. Se você acredita, se jogue!. Não me contive e pulei naquele lindo lago. Quando voltei a superfice depois do mergulho olhei em direção aquela bela moça e não à vi mais. Sai correndo a procura-lá e não encontrei. Não poderia acreditar, eu ali parado prestes a tirar minha vida e uma moça me salvará; moça cujo agora havia sumido. 
Voltando a estrada encontrei um bar, pedi uma cerveja e perguntei se tinham visto uma moça com as características que descreverá. O dono do bar me disse que sim, que ela estava sempre por lá. Mas que não era para me animar; aquela moça havia morrido de desgosto a mais de 50 anos depois que seu noivo cometeu suicídio no mesmo precipício que pensei em me jogar. Naquele momento senti novamente a boa sensação em meu coração. O dono do bar complementou dizendo que a mesma antes de morrer disse que nunca mais ninguém que passasse por ali com "mal de amor" iria padecer, e que eternamente ela iria ajudar a todos que um dia ficassem descrentes do amor. Amores vão, amores vem, mas de certo o verdadeiro sempre será eterno.

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