terça-feira, 31 de março de 2009

Poema do ônibus (ou o canto da sinceridade)

Pois é.
É assim. Sempre assim.
Pois é.
Enfim, fim?
Pois é
Sem fim; drama? Assim...
Pois é,
eu quis, me fiz sincero assim; não quis.
Pois é.
Senti, assim enfim. Fim?
Pois é.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Frio e Solidão

A solidão e o frio se descrevem como lambadas nessa longa estrada. Cansado de -las passarem pela janela do carro; contado uma a uma com a intenção de chegar em algum final. É longa a jornada para o recomeço, mas canso em ver as mesmas dificuldades dessa estrada esburacada. Olho pra frente e lembro das coisas boas, da memória seletiva que me disse. Mas o trepidar do caminho me traz a agonia de não conseguir. São tantos momentos e chances, mas as vezes deixamos escapar. Pra que complicar se podemos ser simples? Para que deixar os buracos do passado reviverem? Não sabes onde quer chegar? Desvie comigo de tudo isso; deixemos a chuva lavar; deixemos os buracos fecharem com o tempo. Sabemos do frio e a solidão da estrada, lembremos do calor e consolo que o abraço nos dá. 

sexta-feira, 13 de março de 2009

Ana

Pudesse prever os sonhos de pequenenino. Sonhar com amores das noites. Sonhar com que as vozes diriam anos mais tarde. Apenas sonhar. Desses abraços que pensa e procura, vivo procurando vivenciar. Será que um simples sorriso aberto não seria simplificar tudo? Das escuras noites na fazenda de meus sonhos; na névoa da manhã ao seu lado vendo seu despertar; será que sonho alto? São sonhos comuns entre eu e você? Ou apenas a saudade de algo que não veio? Saberemos explicar. São apenas palavras jogadas ao ar esperando seus donos. Nós? Pudesse escrever a vida como a lógica das palavras; poderia ser exato como um cálculo. Poderia. Mas quem realmente pode dizer são nossos olhos.