sexta-feira, 24 de abril de 2009
Dores da tosse.
Vem do peito e explode. Tento convencer-me que não pode piorar. Mas piora e dói. Sangra. O coração omite o ar. Puxo do fundo e tento lembrar do alivio. Mas é seca, dolorida, como palavras mal colocadas; ou são palavras mal colocadas. A mente volta ao passado, vasculha a memória e lembra de quando aconteceu pela última vez. Eu lia a mesma coisa, e pensava no mesmo algo naquela madrugada fria de talvez um ano. Mas o agora me acorda. Vejo nele o passado distante. Tosse. Já não posso controlar a dor, ela incomoda. Procuro meu remédio e vejo que não há mais. No pulmão sinto o peso, no coração o sufoco do um dia quem sabe. Sabe lá o que quero. Hoje te quis, mas a um segundo atrás te abandonaria. Será que iria sentir o alivio. Tosse. Será que nunca vai parar? Vou me cobrir e esperar um boa noite que nunca virá. Tosse, tosse, tosse. Já quero ir pro outro lado e de lá te ver. Dormir e lembrar, sonhar e sentir. Tosse tosse. Será a última vez que vou sonhar contigo? Tosse.
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