sábado, 21 de fevereiro de 2009

Suicidio

Aquele barulho me fez pensar. Barulho seco no peito; música e angustia no rádio. Adianta pensar, sonhar? Tudo se queimou naquela mala velha preta que meu avô guardava no armário. Vens me falar de esperança? Acabou. Como tudo entre nós, entre minha vida. Enxergo o fim sem exagero de ser. Não é isso que você queria? Não vejo saída para nós a não ser enfrentar os tiros. Mas pra que viver se irá virar as costas pro meu ser mais uma vez? Cansei de suas mentiras exatas; hoje só ouço a fúnebre música de nossa última conversa. 
Ligue a TV e saberá de mim, de ti por circunstância ao perguntarem o porquê. Os bons morrem cedo? Vinte sete vezes pediu ajuda? Quer o que? E a família? Quanta mediocridade feito salada para se comer no almoço. Ou será num simples café? Cada papel, cada personagem nossa responsabilidade. Qual é a sua? A minha foi gritar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário