sábado, 6 de junho de 2009

Sem Surpresas.

O que posso esperar do silêncio? Ele condena meus ouvidos a escuridão; me dão a angustia da espera de palavra certa. Poderia esperar o mesmo de muitos fatos, mas é do silêncio que espero. A retaguarda do acaso se mostra exposta quando o silêncio se cala. è tudo tão seco e claro, parece minha visão do deserto através do vidro. Nada vive. Só o silêncio árido e vazio. Espere que preencha algo para ti? Como posso se nem a mim você volta a olhar. Disseste palavras fugitivas dos fatos passados, como se guardasse cada uma num baú para esquecer. Será que foi tão ruim assim? Quisera poder plantar ideias e sentimentos; mas agora só me resta andar contigo no peito e expor minha fatal existência para algumas putas tristes que encontro pelo caminho. Me vendem o corpo como esmola para que tudo se pareça com um enorme sonho technocolor. Disseste para não crer; mas precisava para seguir. Agora estou aqui, frio e duro como um recem chegado ao vale dos mortos. Pudera ser tão mais trágico quanto essas palavras sem nexo que escrevo. A tolice bate em minha mente como uma rajada de pensamentos ruins; enquanto isso ouço os aviões caírem em minhas janelas. Acordo e vejo o quanto imaginei toda essa coisa, sem nenhuma surpresa.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Amor, Dor e Insegurança.

O amor... A dor... A insegurança... São tão amigas.

O amor falou para insegurança sobre a dor. Logo a dor soube o que o amor falou, foi tirar satisfação. Quando chegou no lugar para bater no amor, a insegurança tomou as dores e entrou no meio da briga. Desde então eles continuam esse eterno falatório sem sentido, tentando saber quem é que é mais forte: A dor ou o amor. Como a insegurança sempre anda com ambos, ela sempre está no meio... Por isso que as coisas são assim... o amor vem primeiro, quando ele grita alto provocando a dor a insegurança aparece para apartar a briga e não deixar com que a dor acabe com o amor. Mas ao mesmo tempo ela é o meio termo. Enão amor, gera insegurança que gera dor...

AMOR=INSEGURANÇA=DOR

Abstinência Amorosa

Do que adianta amar? Do que adianta gostar? Se para muitos somos imperfeitos. O que adianta lutar se somos injustiçados quando queremos estar. Não basta para ti gostar, devo ser seu sonho. Não basta para ti lutar, tenho que acertar o ponto. Não sei mais se acredito naquilo que se diz amor. Não sei se tudo isso é um conto, ou mais um argumento para vender presentes. Quem sabe amar? Quem te ensina a amar? Podemos acreditar? Passo a me abster. De nada serve tentar, vou me calar e não mais falar. Daquele caminho que fez-me crer seguir foi-se como uma tempestade que vi cair e me cegar. Não posso mais opinar, me jogar. Foi da altura que hoje pensei voar e seguir minha liberdade, meu espírito. Foi do topo que vi tudo o que me negava a ver; ou que me fazia tapar os olhos. Se gosta afirma, mas quer distância, desculpas, a sina. Não posso dizer que será igual pois existe imagens a se lembrar. Diria que é novo de novo, o novo velho, mas eu não sou o mesmo, eu sou o novo. Hoje acredito no eterno sono. Dele sonho para sempre sem nunca mais acordar. Dele vivo o bem estar; andar e notar aquilo que sou. Mas aqui nada sou, apenas um confuso ser que a visão alheia não crê e nem vê. Distante de mim vou ficar, distante vou estar, distânte de tudo para talvez nunca mais voltar. Cansei de esticar o braço e esperar sua mão; cansei de esperar um grito além. Cansei de mim, de me ver dizer certas palavras sem ter ninguém. Cansei de tentar derreter aquilo que levo comigo no peito.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Amor e Frio

Uma e vinte e o frio bate em minha janela. Disso esperava sim o amor; mas com o frio vem a solidão no coração. Antes era fácil fazer o peito arder e esquentar a alma no seu mais profundo alojamento. Antes era fácil amar e ser amado. Mas hoje o frio congela tudo que possa ser sentido. Edito minha vida sem saber as regras gramaticais que a ela foram impostas por amores perdidos. Dou conselhos de tudo aquilo que gostaria de fazer mas não faço por puro medo de errar. Mostro minha alegria editada, cortada para não verem as arestas mal acabadas. Nesse instante viro e penso se realmente fazem o que deve ser feito; lágrimas por aqueles que foram para longe ou aqueles que não voltam mais no verão. Frio; domina meu peito, penso naquela, penso no escuro, no absurdo que me impede de ir até ti e dizer paremos com isso. Penso que esteja errada; que estejamos errados e viveremos felizes. Penso que poderia decidir por nós e dizer as vozes para se calarem. Penso que logo não estarei mais aqui pois o tempo é curto. Deveria saber exatamente o que faço para não me perder em palavras tolas dizendo para você voltar. Ou me perder tentando fazer seu olhar mostrar mais confiança quando pensa o quanto solto sou. Seria assim um pássaro? Pássaros amam e voltam, e eu sempre estou a cantar ao seu lado, mas você nunca vai notar. Posso fazer a passagem pelo lago da solidão e de lá nunca mais sair; morrer. Disseste a mim muitas palavras verdadeiras negadas quando estava sóbria. Já não sei o que pensar já que pensei que diferente podia estar. Já não sei se devo acreditar mesmo se no peito está descrito que o caminho é ficar. Já ouço minha alma pedindo calma porque sabe que voltará. E deste ponto do caminho, como seguiremos? Aflitos?